Empreendedorismo

O pioneirismo da Estônia no empoderamento do empreendedorismo global

A Estônia ficou no topo entre os países digitais mais avançados, de acordo uma pesquisa realizada em 2019 pela rede comunitária global InterNations. Isso chamou a atenção do resto do mundo, que agora olha para a Estônia, um pequeno país de apenas 1,3 milhão de pessoas, em busca de soluções digitais.

Quando comparado com outros países, é possível observar que o Reino Unido não chegou nem ao top 10 dos países digitais mais avançados, apesar das empresas de tecnologia de lá terem recebido um investimento recorde em 2018, de acordo com a Tech Nation.

A Estônia é elogiada por oferecer aos expatriados e nômades digitais a capacidade de viver uma vida mais conectada e, portanto, um melhor equilíbrio entre vida profissional e pessoal.

Além disso, a Estônia possui o programa e-Residency, uma iniciativa do governo lançada em 2014 que incentiva empreendedores não-estonianos a iniciar negócios no país. Consequentemente, isso proporciona acesso à União Européia e é apenas uma parte da estratégia digital da Estônia.

Atualmente, os países europeus observam a tecnologia se desenvolvendo muito além das capacidades de sua infraestrutura. Porém, a Estônia, com um governo com visão de futuro digital, consagra sua mudança.

Quando tudo começou?

Embora possamos relembrar que foi declarado pela Estônia de que o acesso à internet é um direito, também devemos levar em consideração a história desse país. Ele lutou por sua independência da União Soviética, para depois determinar como ocorreu esse desenvolvimento tão rápido.

De acordo com Ott Jalakas, COO e co-fundador da empresa de tecnologia estoniana Lingvist, a falta de investimento em tecnologia que ocorreu durante a era soviética significava que, quando começassem a se modernizar, sua infraestrutura seria mais avançada do que a de outros países.

Isso quer dizer que a inovação subsequente seria baseada em sistemas muito mais modernos. Por exemplo, os bancos de dados no Reino Unido e de outros países que estavam baseados na arquitetura da década de 80, enquanto a da Estônia seria da década de 90.

O e-Residency

Avançando para 2014, a Estônia lançou um programa de residência eletrônica, que mostra como se deu o avanço do seu crescimento digital. O e-Residency é baseado em uma identidade digital emitido pelo governo que fornece acesso aos serviços eletrônicos da Estônia. Além disso, fornece um ambiente de negócios transparente, para que empresas e microempresas trabalhem via Internet como parte da UE.

adaptardor e cartão de identificação digital da estônia
Adaptador e cartão de identificação digital da Estônia.

Agora, com o passar do tempo, o e-Residency cresceu e se tornou uma comunidade de quase 60.000 cidadãos empoderados por todo mundo. Mais de 6.000 negócios foram iniciados como resultado da iniciativa, e milhões foram alavancados na economia estoniana.

Isso demonstra como o avanço digital abriu portas para a Estônia se tornar mais auto-suficiente e criar um nome entre algumas das outras potências européias.

São iniciativas como essa que darão às pessoas mais liberdade nos próximos anos. O trabalho flexível e sem fronteiras será muito mais fácil com uma identificação digital que permite que as pessoas trabalhem em qualquer lugar.

Graças à Estônia, que lidera essa iniciativa e traz esse programa de identidade digital para o cenário mundial, empresas e organizações têm a chance de dar aos funcionários mais flexibilidade, o que sem dúvida levará a mais produtividade e sucesso para suas respectivas forças de trabalho.

Com 89% das empresas e funcionários que consideram o trabalho flexível um grande motivador para sua produtividade, dar a eles mais acesso a esse tipo de trabalho será crucial no futuro.

A Estônia já viu o impacto econômico benéfico na introdução do programa e-Residency. Como os e-residentes geralmente trabalham além das fronteiras, eles também têm sido ótimos na difusão dos valores culturais da Estônia para o mundo todo e têm contribuído para o aumento de e-residentes no mundo inteiro.

A presidente da Estônia, Kersti Kaljulaid, também divulgou um roteiro para o “e-Residency 2.0“, que melhorará ainda mais a oferta para os empreendedores e incluirá mais maneiras de os e-residentes aproveitarem a cultura da Estônia.

Inspirando outros países a inovar

Outros governos estão seguindo o exemplo, aprendendo lições da história de sucesso da Estônia.

  • Dubai: Foi divulgado sua carta de 50 anos, que inclui planos para criar zonas econômicas virtuais onde pessoas de outras partes do mundo podem obter identidades digitais, como o modelo de residência eletrônica da Estônia.
  • Lituânia: O país anunciou um programa semelhante, com intenções de dar aos estrangeiros acesso aos serviços públicos e comerciais da Lituânia.
  • Reino Unido: É apenas uma questão de tempo até o país ofereça sua própria versão do e-Residency para exportar seu ambiente e cultura de negócios, e finalmente, conhecer mais pessoas em todo o mundo.

Um desejo universal de um mundo mais conectado pode unir países promovendo o trabalho sem fronteiras por meio de programas como o e-Residency, se tornando uma missão global unificada e não dividida.

Como um ode ao ranking, a Estônia não podia simplesmente deixar o programa como ele foi criado. Desenvolvimento e indulgência em conjunto com novas entidades tecnológicas e digitais é o que faz desta nação um líder.

É por isso que a Estônia continuará inovando e transformando a maneira como empresas e indivíduos em todo o mundo operam.

Fonte: https://www.techradar.com/news/why-estonia-pioneered-digital-identity

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