Reduzir a zero o número de mortes no trânsito pode parecer utópico, mas é exatamente esse o objetivo da Visão Zero, abordagem criada na Suécia e aplicada com sucesso na Estônia. O conceito tem ganhado força entre gestores públicos comprometidos com a modernização dos Detrans e a segurança viária baseada em dados, tecnologia e educação.
A Visão Zero é uma filosofia de segurança que parte de um princípio ético: nenhuma morte no trânsito é aceitável. Ela propõe uma mudança profunda de mentalidade, da culpabilização do condutor para a responsabilidade compartilhada entre usuários, engenheiros, educadores e gestores públicos.
O caso da Estônia: dados, educação e interoperabilidade
A Estônia tem mostrado como essa abordagem pode sair do papel. O país investe em três pilares principais:
- Educação desde cedo: programas como “Traffic Wise”, “Stop, Look, Be Sure” e cursos para jovens motoristas ajudam a formar uma cultura de prevenção.
- Tecnologia aplicada à mobilidade: com integração de dados e supervisão preditiva, o país consegue antecipar riscos e agir de forma eficiente.
- Capacitação docente e envolvimento comunitário: professores, idosos e servidores públicos são treinados para multiplicar o conhecimento em segurança no trânsito.
Em 2024, a Estônia registrou apenas 69 mortes no trânsito, mesmo com milhares de ocorrências, uma evidência do impacto do modelo.
O que os Detrans brasileiros podem aprender?
Aqui vão três caminhos que qualquer Detran pode seguir, inspirado no modelo estoniano:
1. Comece pela educação desde cedo
Na Estônia, a educação no trânsito começa já no ensino fundamental. Há programas nacionais com:
- Jogos digitais para 2º ano;
- Treinamento prático sobre as regras de trânsito para bicicletas para 3º e 4º anos;
- Aulas sobre risco, álcool e direção para adolescentes;
- Capacitação de professores e até encontros com idosos.
2. Use dados para agir antes do acidente acontecer
A Estônia integra dados de trânsito em tempo real para prever riscos. Isso permite:
- Identificar cruzamentos perigosos;
- Planejar ações locais com base em evidências;
- Automatizar parte da supervisão de tráfego.
3. Facilite a vida do cidadão e dos servidores
Serviços digitais e interoperabilidade tornam o atendimento mais ágil e preciso. Isso significa:
- Menos erros manuais;
- Processos mais rápidos;
- Maior confiança no serviço público.
Com isso, conseguimos verificar que adotar a Visão Zero nos Detrans brasileiros é possível e mais necessário do que nunca. O modelo estoniano prova que com tecnologia, educação e planejamento, é possível salvar vidas e transformar a mobilidade pública.
Quer saber como aplicar esse modelo no seu estado? Fale com a Estonia Hub.