Conhecida pela fama de uma das sociedades digitais mais avançadas do mundo e país com maior número de unicórnios per capita, a Estônia resolveu se organizar da melhor forma que sabe: realizando um evento virtual para solucionar problema enfrentados pela crise do coronavírus.
O evento, chamado de Hack the Crisis, foi criado pela agência de inovação e tecnologia do governo da Estônia.
Esses eventos, conhecidos como hackathons, são eventos que reúnem diversos tipos de pessoas de diferentes áreas de atuação para pensar na soluções de problemas comuns, principalemente através do uso de tecnologia.
O evento da Estônia também inspirou mais de 50 eventos pela Europa e Brasil. Além disso, na quinta-feira (08/04/2020), 100 mil pessoas participaram de uma versão global para resolver desafios levantado pelas Nações Unidas, Comissão Europeia e governos locais.
As soluções na ajuda da crise do COVID-19
Uma das ideias vencedoras foi a plataforma gratuita que conecta empresas e funcionários que estão ociosos, devido ao isolamento social e fechamento de alguns comércios. Chamada de Share Force One, o site foi lançado ainda em abril e é apoiado pelo Fundo de Seguro-Desemprego da Estônia.
Outro ideia foi a de um um “chatbot”, que responde dúvidas sobre o vírus, intitulado de Coronabot.
O Hackathon no Brasil
No Brasil, aconteceu o MegaHack Covid-19, uma versão parecida com o hackathon estoniano. O evento teve aproximadamente 2.500 participantes de forma virtual e aconteceu no final de março. O foco era ajudar pequenas empresas, micro empreendedores e startups a sobreviver à crise econômica gerada pela pandemia.
“A expectativa é gerar umas 300 ideias. Acredito que metade pode ter a chance de sair do laboratório, da fase incubadora, e ser testada de fato”, disse Raphael Fassoni, brasileiro que mora na Estônia e criador da rede Estônia Hub, o qual tem a missão de conectar empresas dos dois países, do setor público e privado, em parcerias digitais.
As melhores soluções serão anunciadas em 11/4. Uma das ideias que têm atraído atenção é a criação de um comércio digital municipal, onde qualquer cidadão possa incluir sua loja ou produtos.
“Seria uma plataforma replicável para qualquer município”, explicou Fassoni, acrescentando que a Associação Comercial e Industrial de Marília (SP) está apoiando a implementação na cidade e outros municípios demonstraram interesse.
Hackathon global
O Global Hack surgiu da comunidade do Hack the Crisis e vai distribuir mais de 140 mil euros para as melhores ideias em cada uma das 11 categorias, como saúde mental, trabalho e meio-ambiente.
O Brasil também vai ajudar na versão global do hackathon realizado de 09 a 12/04, reunindo 100 mil pessoas ao redor do planeta.
Fassoni vai atuar como um dos mentores para projetos de negócios. Ele também trouxe a bordo o grupo de voluntários Hackathon Brasil, que ajudará na organização da categoria educação.
A iniciativa conta com mentores e parceiros de campos variados, do Vale do Silício, ONU e Comissão Europeia. Além disso, participarão dezenas de especialistas do mundo todo.